01 Dec
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Você é pai ou mãe atípica, vive entre terapias, laudos, escola, crises, filas de espera, planos de saúde e, no meio disso tudo, a sua aposentadoria vai ficando para depois.

Pais atípicos costumam se preocupar muito com o futuro dos filhos, mas muitas vezes esquecem do próprio futuro previdenciário. Só que uma coisa está diretamente ligada à outra. Cuidar da sua aposentadoria é também cuidar da segurança do seu filho autista ou com deficiência.

É aqui que entra o planejamento previdenciário para pais atípicos.

1. O que é planejamento previdenciário para pais atípicos

Planejamento previdenciário é uma análise técnica da sua vida contributiva, feita para responder de forma clara:

  • quando você pode se aposentar
  • por qual regra
  • com qual valor aproximado de benefício
  • o que é preciso ajustar hoje para não perder dinheiro amanhã

Esse planejamento vale para qualquer pessoa, mas para pais atípicos ele tem um peso especial. Em muitos casos, você não pensa só em “se aposentar bem”, pensa em

  • ter tempo e energia para seguir cuidando do seu filho
  • manter uma renda estável para garantir terapias e estrutura de cuidado
  • organizar o seu futuro de forma que o seu filho não fique desamparado lá na frente

Por isso, o planejamento previdenciário para pais atípicos precisa olhar para a sua realidade, não só para a lei.

2. Por que pais atípicos precisam de planejamento previdenciário

A rotina atípica costuma impactar diretamente na vida profissional e nas contribuições previdenciárias. É comum encontrar situações como

  • mães que diminuem a carga de trabalho ou deixam o emprego para acompanhar terapias
  • pais que recusam promoções ou oportunidades de trabalho em outra cidade para manter a rede de apoio
  • períodos sem contribuição ao INSS porque “não deu conta de tudo”
  • trabalhos informais, MEI ou autônomos sem uma estratégia clara de contribuição

Tudo isso interfere diretamente na futura aposentadoria. 

Sem planejamento previdenciário, os pais atípicos podem:

  • chegar perto da aposentadoria e descobrir que têm “buracos” de contribuição
  • escolher a primeira regra de aposentadoria que aparecer, sem saber se é a mais vantajosa
  • receber um benefício menor justamente na fase em que o filho ainda precisa de cuidado e acompanhamento
  • ter dificuldade para conciliar o valor da aposentadoria com custos de terapias, medicamentos, moradia e uma rede de apoio confiável

Com planejamento, você para de contar com a sorte e passa a ter um mapa do seu futuro previdenciário.

3. O que o planejamento previdenciário analisa na prática

Um planejamento previdenciário bem feito para pais atípicos, em geral, envolve:

  1. Levantamento completo das contribuições
    • contribuições como empregado CLT
    • contribuições como servidor público, se houver
    • contribuições como autônomo, facultativo ou MEI
    • períodos sem contribuição, que precisam ser avaliados
  2. Identificação do regime previdenciário
    • se você está no INSS
    • se tem tempo em regime próprio, como servidor público
    • se há tempo em mais de um regime, precisando de uma análise de contagem recíproca
  3. Análise das regras de aposentadoria
    • regras antigas, regras de transição e regras novas, conforme sua idade e tempo de contribuição
    • simulação de quando você poderia se aposentar em cada cenário
    • comparação do impacto no valor do benefício
  4. Verificação de buracos e oportunidades
    • períodos em que você não contribuiu e que podem ser regularizados
    • contribuições em valor muito baixo, que podem puxar o benefício para baixo
    • possibilidade de melhorar o valor do benefício com ajustes planejados
  5. Conexão com a realidade atípica da família
    • necessidade de ter disponibilidade de tempo no futuro
    • previsão de gastos contínuos com terapias, remédios e acompanhamentos
    • planejamento conjunto com outros benefícios do filho, como BPC/LOAS, quando for o caso

4. Relação entre o planejamento dos pais e os direitos do filho autista

A vida previdenciária e assistencial da família precisa ser vista como um conjunto. Alguns pontos importantes

  • muitos filhos autistas podem ter direito a benefícios assistenciais ou previdenciários em algum momento da vida, dependendo da realidade de renda e da gravidade das limitações
  • decisões que os pais tomam hoje, em relação à aposentadoria ou renda, podem influenciar em benefícios futuros do filho
  • a aposentadoria dos pais também é um pilar importante quando se pensa em curatela, tomada de decisão apoiada e planejamento sucessório para o futuro

O planejamento previdenciário dos pais atípicos não olha só para o “quanto eu vou receber”, ele olha para a estrutura de proteção da família como um todo.

5. Dúvidas comuns de pais atípicos sobre aposentadoria

Algumas perguntas que aparecem com frequência no consultório jurídico:

  • “Parei de trabalhar para acompanhar meu filho autista, como isso vai impactar na minha aposentadoria”
  • “Sou MEI e mãe atípica, será que estou contribuindo da forma correta para ter uma aposentadoria justa”
  • “Trabalhei anos sem carteira assinada, ainda dá tempo de organizar isso”
  • “Se eu reduzir a jornada, isso vai prejudicar a minha aposentadoria”
  • “Tenho medo de adoecer no futuro, existe alguma proteção previdenciária para isso”

Essas respostas não deveriam vir de achismos ou de vídeos soltos na internet. Cada pai e mãe atípica tem uma história contributiva, uma realidade familiar e uma expectativa de futuro diferente.

6. Quando vale a pena procurar um advogado para fazer planejamento previdenciário

Alguns momentos em que faz muito sentido buscar ajuda especializada

  • quando você já sente que está se aproximando da idade de aposentadoria
  • quando pensa em mudar de trabalho, reduzir a carga horária ou sair do emprego para acompanhar o filho
  • quando percebe que tem muitos períodos sem contribuição e não sabe por onde começar
  • quando tem vínculos mistos, como CLT, MEI, autônomo e eventualmente regime próprio
  • quando quer parar de viver na incerteza e deseja um plano concreto para o seu futuro previdenciário

O olhar técnico de um advogado previdenciário que entende de autismo e de pessoas com deficiência ajuda a transformar preocupação em estratégia.

7. Planejamento previdenciário como ato de cuidado com você e com seu filho

Pais atípicos costumam colocar as necessidades do filho em primeiro lugar. É natural. Mas deixar a própria aposentadoria para depois pode significar, lá na frente

  • menos renda mensal do que você poderia ter
  • mais insegurança para manter terapias e cuidados
  • medo de não conseguir garantir o mínimo de tranquilidade para o seu filho quando você envelhecer

Planejar a aposentadoria não é egoísmo. É cuidado. É dizer, na prática

“eu quero continuar presente e protegendo o meu filho, mesmo quando estiver mais velho”.

8. Como eu posso te ajudar

Atuo com foco em direitos das pessoas autistas, previdenciário e saúde, com um olhar especial para as famílias atípicas.

No planejamento previdenciário para pais atípicos, eu

  • analiso o seu histórico contributivo de forma completa
  • identifico as regras de aposentadoria que se aplicam ao seu caso
  • simulo cenários possíveis de aposentadoria
  • explico em linguagem clara as opções que você tem
  • ajudo você a organizar decisões pensando no seu futuro e na proteção do seu filho

Se você é pai ou mãe atípica e quer entender como ficará a sua aposentadoria, agende uma consulta para fazermos o seu planejamento previdenciário de forma personalizada.

Atendimento em Itajaí/SC e em todo o Brasil | Especialista em Direito Previdenciário, da Saúde e Direitos dos Autistas

💙Mãe atípica na defesa dos autistas.

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