24 Dec
24Dec

Erro do INSS: o que fazer se seu benefício foi negado ou veio com valor errado

Negativa de benefício, cálculo menor do que o esperado, tempo de contribuição desconsiderado, laudo médico ignorado. Esses são erros comuns do INSS, mas que não significam “fim da linha”. Em muitos casos, é possível contestar a decisão e corrigir o valor do benefício, desde que você saiba por onde começar.

Tipos de erro mais comuns do INSS

Os problemas mais frequentes que vejo na prática são:
  • benefício negado por suposta falta de tempo de contribuição, carência ou qualidade de segurado
  • erro no valor da aposentadoria, pensão ou auxílio, com contribuições ignoradas ou cálculo feito de forma desfavorável
  • benefício por incapacidade negado porque a perícia entendeu que “não há incapacidade”, mesmo com laudos robustos
  • tempo especial não reconhecido (trabalho insalubre, perigoso)
  • BPC/LOAS negado por avaliação errada da renda ou da deficiência
Em todos esses cenários, a primeira regra é:
não tome a decisão do INSS como definitiva sem antes entender por que ele negou ou calculou daquele jeito.

Primeiro passo: ler (de verdade) a decisão do INSS

Sempre que o INSS nega ou concede um benefício, ele emite uma carta de decisão(ou carta de indeferimento, quando é negativa).Nela, você encontra, por exemplo:
  • o motivo da negativa (falta de carência, falta de tempo, ausência de incapacidade, renda acima do limite, etc.)
  • a forma de cálculo do benefício, quando foi concedido, com a base utilizada
  • informação sobre prazo para recurso
Muita gente se desespera, guarda a carta na gaveta e não lê. Mas é justamente ali que aparece a “pista” do que pode ser corrigido.

Benefício negado: quando vale a pena recorrer

Em linhas gerais, você pode:
  • pedir um novo benefício, quando for caso de situação diferente (por exemplo, antes pediu auxílio, depois pede aposentadoria)
  • ou recorrer da decisão, mostrando por que o INSS errou naquele caso específico
Recorrer costuma valer a pena quando:
  • o INSS ignorou documentos que já estavam no processo
  • houve interpretação equivocada da lei (por exemplo, sobre regra de transição, tempo rural, tempo especial, direito adquirido)
  • a negativa foi baseada em perícia superficial ou incompleta, especialmente em benefícios por incapacidade e BPC/LOAS pessoa com deficiência
  • o sistema não considerou todo o seu tempo de contribuição (vínculos sem remuneração no CNIS, contribuições não computadas, trabalho rural, serviço público a ser averbado)
Em muitos casos, faz sentido:
  • primeiro, tentar corrigir o erro administrativamente (apresentar documentos, entrar com recurso)
  • e, quando necessário, partir para ação judicial para garantir o direito

Benefício concedido com valor errado: revisão é o caminho

Nem sempre o problema é a negativa. Muitas vezes o INSS até concede o benefício, mas:
  • desconsidera parte do tempo de contribuição
  • não reconhece tempo especial
  • aplica regra de cálculo menos vantajosa
  • ignora vínculos celetistas ou contribuições em atraso que poderiam ser validadas
Nesses casos, a ferramenta típica é a revisão do benefício, que pode ser:
  • administrativa, quando você pede ao próprio INSS que refaça o cálculo
  • judicial, quando leva a discussão para a Justiça, pedindo correção do benefício e pagamento das diferenças atrasadas
Aqui, é essencial:
  • analisar o CNIS (extrato previdenciário)
  • conferir a carta de concessão e a memória de cálculo
  • comparar o que o INSS considerou com a sua história real de contribuição

Documentos que ajudam a corrigir erros

Alguns documentos fazem toda a diferença na hora de discutir erro do INSS:
  • CNIS atualizado
  • carteira(s) de trabalho com vínculos não computados
  • carnês e guias de recolhimento pagas como contribuinte individual, facultativo ou MEI
  • PPP e laudos de insalubridade/periculosidade para tempo especial
  • laudos médicos, exames, atestados e relatórios de profissionais de saúde para benefícios por incapacidade ou BPC/LOAS
  • comprovantes de renda e despesas para casos de BPC/LOAS
Um bom passo a passo é:
  1. tirar o CNIS atualizado
  2. pegar a carta de decisão do INSS
  3. conferir, linha por linha, o que entrou ou saiu no cálculo
  4. separar tudo o que estiver faltando ou errado para embasar recurso ou revisão

Quando procurar ajuda técnica

Você até pode olhar a carta do INSS sozinho, mas, em muitos casos, o erro não está “na superfície”. Ele aparece em detalhes como:
  • aplicação equivocada de regra de transição
  • desconsideração de tempo especial ou rural
  • cálculo de média salarial pós-reforma
  • interpretação errada de laudos e avaliações sociais, especialmente em BPC/LOAS e aposentadoria por incapacidade
Por isso, vale a pena procurar ajuda técnica quando:
  • você sente que “tem mais tempo” do que o INSS considerou
  • percebe que o valor ficou muito abaixo do esperado
  • o benefício por incapacidade foi negado, mesmo com laudos consistentes
  • o BPC/LOAS foi negado e você discorda da avaliação de renda ou deficiência
  • a carta do INSS é confusa, cheia de códigos, e você não sabe por onde começar

Conclusão 

Erro do INSS não é novidade. O que faz diferença é o que você faz depois da negativa ou da concessão errada.
Na prática, os caminhos costumam ser:
  • entender o motivo real da decisão
  • organizar documentos que comprovem o seu direito
  • decidir se é melhor entrar com recurso administrativo, um pedido de revisão ou já partir para ação judicial
Se você recebeu uma carta do INSS negando o benefício ou percebeu que sua aposentadoria, pensão ou auxílio veio com valor menor que o esperado, não precisa enfrentar isso sozinha.Se ficou com alguma dúvida sobre erro do INSS no seu caso, entre em contato. Eu posso te auxiliar a analisar a decisão, rever o cálculo e definir qual é o melhor caminho para corrigir o benefício.

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